Muitas pessoas não sabem o que é royalties e como essa taxa funciona. Logo, acabam estranhando a existência de um valor recorrente ao longo do contrato de franquia. Neste artigo, você vai entender o que é essa cobrança, o que diz a lei e mais.
Mas antes, vale a pena dizer que o setor de franquias registrou um crescimento de 13,8% em 2023, em comparação com 2022, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF). É um número que mostra o potencial desse ramo para quem quer empreender e lucrar.
Só que, ao assumir uma franquia, você precisa levar em consideração os possíveis gastos que envolvem o direito de explorar comercialmente uma determinada marca. Aqui, não estamos falando da estrutura física do negócio, mas das questões relacionadas ao trato da franqueadora com você.
Entre esses possíveis gastos estão os royalties. A arrecadação dessa taxa ajuda a marca a manter a rede cada vez mais forte, e é um benefício direto para o modelo de negócio. Continue a leitura!
Entenda o que é “royalties” no sistema de franchising
Uma das coisas mais importantes para quem quer abrir uma franquia é saber o que é royalties. Essa nomenclatura é referente à taxa necessária para que o empresário continue a explorar comercialmente os produtos ou serviços oferecidos pela marca. Além disso, garante o suporte e treinamentos que fazem parte do sistema.
Seria como se você garantisse mais um período como franqueado. Porém, para que essa cobrança funcione dentro do esperado, é muito importante ficar atento à Circular de Oferta de Franquia (COF) e ver como esse valor é apresentado.
Então, podemos dizer que os royalties são remunerações periódicas que visam garantir os serviços prestados pela franqueadora ao franqueado. O valor é importante para a franqueadora, que precisa preparar uma equipe de suporte e de treinamento.
Porém, existem empresas que, por uma questão estratégica, acabam não cobrando essa taxa. No geral, são marcas no início de suas operações e precisam atrair empreendedores, principalmente em segmentos mais disputados. Mas é importante destacar que o fato de cobrar ou não os royalties, não significa que a franqueadora é boa ou ruim.
Só é possível chegar a uma conclusão como essa se você analisar e estudar as empresas que mais chamaram a sua atenção. Além disso, lembre-se: não use essa taxa como critério para escolher sua franquia. Há muito mais a analisar no modelo de negócio!
O que a Lei de Franquias diz sobre os royalties?
De acordo com a Lei de Franquia, os royalties devem ser apresentados na COF. No documento, o franqueado ainda precisa identificar quais serão os serviços entregues pela franqueadora, como a transferência do know-how e experiência para o desenvolvimento do negócio.
Embora exija a sua apresentação, a Lei não estipula nenhum tipo de padronização com relação ao caminho tomado para definir o valor dos royalties. Isso fica a critério da própria franqueadora. Afinal, cada marca tem as suas necessidades e questões que precisam ser consideradas.
Ao mesmo tempo, dentro da COF, é obrigatório informar como a taxa será cobrada e de quanto em quanto tempo. Logo, existem dois modelos usados para isso. Você pode encontrar marcas que consideram os royalties equivalentes a uma porcentagem do faturamento bruto, enquanto outras determinam o valor fixado na Circular.
Porém, no caso das quantias crescentes ou decrescentes, a marca deve apresentar essa informação na COF e no contrato final.
Agora, já sabendo o que é royalties, é importante entender a diferença em relação à Taxa de Franquia. Sobre esse ponto você confere a seguir. Acompanhe!
Qual a diferença entre Taxa de Franquia e royalties?
A Taxa de Franquia é a primeira cobrança feita assim que você assina o seu contrato como franqueado. O valor é pré-determinado e único.
É este custo que permite que você tenha acesso ao direito de explorar comercialmente um serviço e/ou produto da marca em questão, além de iniciar seus primeiros contatos com o suporte e os treinamentos oferecidos.
Só nesse primeiro parágrafo fica fácil entender o motivo de confundir com os royalties, não é? Porém, a primeira diferença entre a taxa de franquia e os royalties está no seu valor, que é maior, e que faz parte do investimento inicial do projeto. Ou seja, você paga essa taxa somente uma vez.
Assim como os royalties, as diretrizes sobre a taxa de franquia também precisam constar na COF, como qualquer outra cobrança. Então, se a franqueadora, após a assinatura do contrato, trouxer uma nova taxa ou algo que não estava combinado anteriormente, é passível de processo.
Além disso, caso você decida renovar o seu contrato, existem empresas que podem cobrar novamente a taxa de franquia, uma taxa de renovação ou apenas atualizar o contrato sem nenhum custo.
Mas é importante entender que as duas cobranças que citamos – taxa de franquia e royalties – visam auxiliar a franqueadora no desenvolvimento da rede, na execução do seu plano de negócio, no uso da tecnologia operacional etc.
Porém, assim como os royalties, também existem marcas que não cobram a taxa de franquia. Só que, mesmo que não haja essa despesa, isso não elimina a obrigatoriedade da franqueadora de auxiliar e oferecer o suporte aos empreendedores, como prevê a lei.
Qual o valor cobrado de royalties?
Como dito, não existe um padrão definido para a cobrança dos royalties. Logo, o valor a ser cobrado fica a cargo da franqueadora. Além disso, sua periodicidade pode ser mensal, trimestral, semestral ou anual.
Existem algumas questões que vão impactar nesse valor, como a estrutura do suporte oferecido pela marca. Como vimos, há um papel estratégico a se considerar. Nesse sentido, o mais importante aqui é analisar bem como a cobrança é apresentada na COF e no contrato. Para você saber ainda mais sobre os royalties, separamos um vídeo com um guia. Dê o play!
Como os royalties influenciam os investimentos?
Os royalties podem afetar diretamente o caixa de uma empresa. Essa movimentação no caixa é uma das variáveis que investidores analisam antes de aplicar seu dinheiro.
Empresas que pagam royalties regularmente enfrentam uma despesa recorrente, o que pode impactar suas finanças. Se a empresa gasta muito com royalties, o lucro pode ser menor, reduzindo também a parte destinada aos proventos dos investidores.
Mas os royalties, embora importantes, como já explicamos, não devem ser o único critério na decisão de investimento. É essencial considerar seu perfil de risco, objetivos financeiros, prazos e a estabilidade da empresa antes de fazer qualquer escolha.
Royalties é igual a fundo de publicidade?
O pagamento de royalties funciona de modo totalmente diferente do fundo de publicidade. Um visa manter o direito de explorar comercialmente os produtos ou serviços de uma marca. Isso, além do acesso a treinamentos e suporte.
Já a outra, a taxa de propaganda/publicidade, cria uma reserva destinada às campanhas de marketing da rede como um todo.
Mesmo que seja algo comum, existem marcas que não realizam essa cobrança como um meio estratégico. Porém, é preciso ficar atento para que essa informação esteja presente em todos os documentos que envolvam o negócio.
Ao longo do texto, você pôde entender mais sobre o pagamento dos royalties e suas vantagens. Lembre-se que os royalties são uma maneira de auxiliar a franqueadora nas atividades que visam a transferência do know-how e experiência da marca, por isso eles são importantes. Cabe avaliar se eles compensam o que é oferecido ao franqueado.